31.7.06

"Não passou dum sonho"

"Deu-lhe uma flor
Beijou-a de olhos fechados
Encarnada era a sua cor
Num banco de jardim sentados

A luz da cidade ilumina
Ainda faz calor que transpira
Os seus olhos verdes brilham
Quando da cama eles partilham

Sentem-se presos um ao outro
Mas algo os separam
Têm pena e nem mesmo o ouro
Dá riqueza aos sonhos que amarram

Sentem arrepios quando se tocam
Quando se afastam choram
Amanhã será um novo dia
E dum sonho ficou a fantasia!"


RBR

30.7.06

"Canto sobre um forcado"

"Sobre um forcado vou cantar 
Será que vale a pena 
A ver os toiros ele pegar Sinto uma paz serena 

Na Moita foi p’ra Praça 
Por ser esta a sua terra Sentir bem é coisa boa
É o que eu desejo e estou certa 
 
E lá vai ele pegando no seu barrete 
Guardando o seu nervoso 
Que parece estar presente 
E concentrado grita toiro lindo 
Anda cá óh meu amigo 
Aí vem ele, está sentindo 
 
Tem um dom para pegar 
Deu-lhe Deus sem sacrifício 
Também serve para rabejar 
São artes do seu ofício 

E seguindo o seu caminho
Brinda a pega no meio da praça 
O povo aplaude com carinho 
Lá vai o toiro com a sua raça 

E lá vai ele pegando no seu barrete 
Guardando o seu nervoso 
Que parece estar presente 
E concentrado grita toiro lindo 
Anda cá óh meu amigo 
Aí vem ele, está sentindo" 

RBR 

"O fogo queimou a voz"

"Quem pergunta não tem resposta
Quem responde já mentiu
Noutros tempos, noutras horas
Seguindo o vento de outrora
Estranhamente até sorriu

E o fogo queimou a voz
Gritando por ti sem parar
Na rua estamos sós
Ouvindo e falando de nós
Dizendo coisas para agradar

E o sonho foi se embora
Como um simples pensamento
Esperando pela aurora
Cravando na pedra lá fora
Um inesquecível momento"

RBR

Lá vai mais um fadinho escrito por mim!

29.7.06

"Um dia na Moita..."

Foi um dia à Moita 
E encontrou um forcado 
Sentiu que partiu a loiça
Naquele beijo apaixonado 

Em vez de olá disse-lhe olé 
Com vergonha disfarçada 
E foram logo a pé 
E logo ela, aficionada 

Foram ver o sol nascer 
Uma vez, duas ou mais 
Depois de estarem a beber 
Nas quentes noites dos arraiais 

Vestido com a sua jaqueta 
Pisca o olho na trincheira 
Soa o toque da corneta 
E lá está ela na barreira 

Aplaude e chora de emoção 
Atira rosas ao Forcado 
Já está no meu coração 
Grandes pegas do forcadão" 

 RBR

24.7.06

"Chora chora campino"


"Na lezíria está a cantar
Ao ver a linda paisagem
Ao ver os toiros passar
Até parece uma miragem

Chora o campino por seu amor
Que partiu sem dizer nada
Reza à palavra do Senhor
O amor por ela lembrada

Com a vara e barrete na mão
Chega a casa bem cansado
Um vazio no seu coração
Lembrando-se do seu passado

Chora chora campino
Com o tempo há de melhorar
No meio dos toiros e com carinho
Cantando fado e a sangrar"
RBR

Letra de um fado que escrevi hoje! Agora deu me para isto! Fadunchos é o que se quer!

Tiro o chapéu...

Eu tiro o chapéu para vida e para quem sorri das coisas simples. Eu tiro o chapéu para quem tem coragem de amar... Eu tiro o chapéu, para qu...